sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Água, hora de usar melhor!

O Brasil tem 12% da água doce do mundo, mas não consegue abastecer boa
parte da população e quase não trata esgotos. O país gastou cinco anos de água em reservatório para chegar atabalhoadamente à conclusão de que é preciso, antes de mais nada, economizar energia - uma forma de, em país hidrelétrico, economizar
água.

É bom aprender a poupar tanto uma coisa quando outra, porque falta água no
Brasil. E a lição que se aprende mais rápido passa pelo bolso. Depois da era de
energia supostamente barata, chegará a hora de perder a ilusão da água, que ainda é de graça em muitos casos, mas falta.

Falta água no Nordeste, onde metade dos 1.789 municípios embarca na
primeira seca do século XXI, mas também na Grande São Paulo, onde 12.7 milhões de pessoas vão enfrentar racionamento neste ano, porque os reservatórios estão com 45% da capacidade, e o período de estiagem está apenas começando.

Num país que, com 5,7% das terras emersas do planeta, usa mal 12% da água
potável do mundo, cerca de 8 milhões de domicílios não tem acesso à água, seja
tratada e canalizada ou recolhida diretamente em poços ou nascentes. Mais de 3,5 milhões de domicílios são desprovidos de qualquer tipo de tratamento de esgoto.

É o que está por trás de estatísticas duras: 34 crianças, entre 1.000 nascidas
vivas, morrem antes de fazer 1 ano de vida, numa média nacional que compreende
desde as 6,5 do Jardim Paulista, na capital do estado, até as 118,8 de Lagoa da Cano, em Alagoas.

Não é consolo, mas o Brasil não está sozinho. Calcula-se que entre 10 mil e 20
mil crianças morram todo dia, no mundo, por causa de doenças ligadas à água. Mais de um bilhão de seres humanos não têm acesso à água potável de boa qualidade, e 2,5 bilhões vivem sem serviço adequado de esgoto. As perdas no sistema de abastecimento da Cidade do México equivalem a todo o consumo de água de Roma.


"Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca."

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